Crise letárgica

Quando leio
Entorpeço-me
Durmo 
Acalmo-me
As luzes da televisão me atraem.

O som da publicidade me engana
Cores
Pessoas 
Objetos
Superficialidades desnecessárias.

As novelas me letargiam de banalidades
O controle remoto me sedentariza.
Inerte paralítico
Paralisia viciante
Pensamento estático.

As pessoas com suas particularidades e sonhos
Alheiam-me.

Sinto um vazio de ser
Uma badalada do sino da vida
Um eco na subjacência do eu.

Quero abrir os olhos fechados de remelas
Mas não consigo.

A realidade me faz enxergar o que não gostaria de ver.

Quero ser criança
Brincar, correr e cansar
Deixar as pálpebras da minha existência
Deitar....


Poesia de Olethe 
http://olethe.blogspot.com.br